A busca pela construção da integralidade no cuidado de pessoas internadas na dialética das relações hospitalares: o olhar de profissionais da equipe de saúde
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Autor(es): Santos, Deborah Flores
No contexto atual, deparamo-nos com avanços e desafios na construção do campo da saúde na efetivação de práticas de cuidado norteadas pelo princípio de integralidade do Sistema Ùnico de Saúde (SUS). Esta construção ocorre a partir das relações entre os atores que constituem este campo, dentre eles, os profissionais de saúde. Considerando a importância do hospital como ponto de atenção que também é responsável pela operacionalização deste princípio, a potencialidade e os desafios encontrados no momento de internação nesta instituição para a construção da integralidade no cuidado, tivemos como objetivo nesta pesquisa caracterizar os aspectos que constituem a integralidade no cuidado de pessoas internadas em um hospital geral da Grande Florianópolis, na percepção de profissionais da equipe de saúde. Assim, consideramos: a percepção de profissionais da equipe de saúde acerca do conceito de integralidade no cuidado às pessoas internadas, das condições existentes para este cuidado, das práticas cotidianas e dos limites e possibilidades para este fim. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas compostas por 26 perguntas, com seis profissionais de saúde do referido hospital que atuam no cuidado de pessoas internadas, conveniadas pelo SUS. Como resultados, verificamos que os participantes compreendem a importância de um olhar integral sobre os sujeitos em suas diferentes dimensões e em sua singularidade, mas não há de forma unânime o enfoque na autonomia da pessoa internada no cuidado. Em suas práticas, verificamos que estes transitam entre os campos da multi e da interdisciplinaridade. Como condições, observamos os limites das relações de trabalho verticalizadas e centradas no saber médico, da falta de incentivos e iniciativas da gestão institucional para a integralidade no cuidado, das barreiras do acesso aos outros pontos de atenção para a continuidade do cuidado e identificamos como potencialidades as iniciativas dos profissionais para a criação de espaços e práticas integradas e a diversidade de saberes que compõem esse espaço. Assim, compreendemos que a integralidade no cuidado das pessoas internadas está em vias de construção, num processo de totalização, destotalização e retotalização de concepções e práticas a partir de ações e escolhas individuais e coletivas, dentro das condições de possibilidades desse contexto. Neste processo, os profissionais de saúde assumem importante papel na modificação desta realidade pois, ao lidarem com as condições impostas, criam possibilidades de construção da integralidade no cuidado em suas práticas cotidianas.
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