A governança global da Covid-19 e as ações emergenciais de países de renda baixa e média
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Autor(es): Leticia Maria Schabbach
A Síndrome Respiratória Aguda Grave denominada Covid-19 representa um fato
social dramático que tem impactado profundamente as instituições e populações
de todo o mundo. Trata-se de um evento focalizador (Birkland, 1998; Kingdon,
2014) de escala global, ao qual os governos nacionais têm respondido com ações
emergenciais de eficácia variável e contingenciadas pela escassez de recursos.
No início de 2020 o Banco Mundial (WB) lançou o Programa de Resposta à
Crise (PRC), vigente entre abril de 2020 e junho de 2021. A fim de receber os
recursos financeiros, os países necessitavam encaminhar projetos voltados a ações
emergenciais de enfrentamento à Covid-19. Nesse contexto, o artigo examina a
influência das capacidades estatais preexistentes como fator explicativo das razões
de chance de um país ter projeto de cooperação aprovado, utilizando-se como
proxy a média anual de projetos aprovados, desde o ingresso no WB até 2019, e
como variáveis de controle: localização na região africana, existência de casos de
Covid-19, índice global de segurança em saúde e renda nacional per capita. Os
resultados da regressão logística evidenciaram que as chances de aprovação de
projeto Covid-19 pelo Banco Mundial aumentam quanto maiores forem a média
anual de projetos anteriormente aprovados pela instituição financeira e a renda per
capita do país. Enquanto o primeiro achado confirma a hipótese central, o segundo
explicita uma relação causal positiva da variável preditora com a dependente, em
sentido distinto do esperado.
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