A Nação Tutelada: Uma interpretação a partir da fronteira
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Autor(es): Oliveira, João Pacheco de
Este artigo procede a uma breve e esquemática etnografia das políticas e ações indigenistas realizadas por governos militares (1964-1985), apresentando algumas hipóteses sobre modos de governabilidade e democracia. Tomando como objeto primário de atenção os povos indígenas e a construção de fronteiras interiores, busco explicitar alguns fatores que podem ajudar a compreender a dinâmica destes distintos governos e situações históricas, evidenciando conexões entre fatos sociais habitualmente vistos como não relacionados. As formas políticas, fruto de performances em diferentes escalas, existem no interior de um continuado processo de adaptação e transformação. A sua unidade não é definida a priori por doutrinas ou modelos, mas se revela pelos impactos sobre a produção de riquezas e na gestão das desigualdades. É necessário para isso repensar a noção de fronteira, depurando-a dos pressupostos que a sustentam. Os indígenas constituem uma parte crucial da fronteira interna da nação, um fator essencial para a compreensão de seu dinamismo. Sem uma cuidadosa atenção aos aspectos étnicos e raciais na formação do Brasil, as interpretações sociais e históricas estão fadadas ao fracasso.
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