A quantificação da qualidade: algumas considerações sobre os índices de reprovação escolar no Brasil
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Natália de Lacerda Gil
Neste artigo, apresento análise acerca das relações, observáveis no caso brasileiro,
entre os índices de reprovação escolar e a aferição da qualidade do ensino. A opção
foi focalizar as discussões sobre a possibilidade de quantificação da qualidade do
ensino desde o século XX. Inicialmente, foi preciso considerar a polissemia do
termo qualidade e suas implicações para os processos de quantificação. O exame
da documentação permitiu ver que coexistiram, no Brasil, por longo período a
naturalização do fraco desempenho escolar dos alunos e críticas aos altos índices de
reprovação repudiados como mecanismo de seletividade e exclusão. A articulação
entre reprovação escolar e qualidade do ensino é, ainda hoje, perceptível no contexto
educacional brasileiro, como se observou pela análise do modo de construção do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) que, desde 2007, busca
quantificar a qualidade da escola no Brasil. Nesse índice, a aferição dos saberes
escolares que os alunos dominam não é condição suficiente para considerar o
ensino de qualidade. Tem-se assumido também como necessário garantir um fluxo
escolar normalizado, com baixa incidência de reprovação e abandono.
Compartir:
Una vez que el usuario haya visto al menos un documento, este fragmento será visible.