A REVOLUÇÃO FRANCESA E A EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL: DA CONCEPÇÃO AO CONCEITO
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Autor(es): MACIEL, ANTÔNIO CARLOS
BOTELHO, ARMINDA RACHEL
SILVA, CINTIA ADÉLIA DA
A partir de meados da primeira década dos anos 2000, intensificou-se no Brasil o debate sobre educação integral. Os partidários do “trabalho como princípio educativo” buscaram os fundamentos epistemológicos na concepção marxiana de educação; os diferentes estratos sociais do liberalismo mantiveram-se, no essencial, atrelados à relação entre educação e moral. Uns e outros, contudo, por razões ideológicas, sem explicitar a origem desses fundamentos. Este artigo tem como exato objetivo: demonstrar a origem epistemológica e política da concepção e dos conceitos de educação e de educação integral. Para tanto, utilizou-se da análise histórico-crítica (SAVIANI, 2003; MACIEL e BRAGA, 2008), metodologicamente fundada no materialismo histórico-dialético (MARX, 1983b) para perquirir a trajetória desses conceitos. Em função do método, parte-se da análise dos textos da I Internacional (MARX, 1976; BAKUNIN, 2003) para se chegar a Proudhon (2007) e, daí, por pistas que levam aos textos da Revolução Francesa (CONDORCET, 1792; LEPELLETIER, 1793) que, por sua vez, conduzem a Dewey (1979) e a Teixeira (1959). Como resultado dessa aventura, chega-se às seguintes conclusões: a partir da Revolução Francesa, as concepções de educação fundamentam-se nas dimensões intelectual, física e moral (exceto para Marx); em termos de educação pública, todas levam em consideração a formação para o trabalho, mas as liberais visam ao trabalho subalterno, enquanto que as socialistas, à emancipação. Tal diferença implica em definições antagônicas dos conceitos de educação e de educação integral.
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