As desigualdades da reprodução: homens e mulheres no trabalho doméstico não remunerado
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Autor(es): Bruna Carolina Garcia
Glaucia dos Santos Marcondes
O artigo busca refletir sobre a realização do trabalho doméstico não remunerado por mulheres
e homens na faixa etária de 25 a 49 anos, utilizando informações provenientes da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019. A análise dos dados
se baseia na avaliação das taxas de realização de afazeres domésticos (TRAD) e de cuidados
(TRCD) e dos tempos médio social (TMS) e participante (TMP). Os resultados apontam que o
trabalho doméstico não remunerado permanece nos moldes de um modelo de divisão sexual
do trabalho complementar e assimétrico. As taxas de realização de afazeres domésticos e de
cuidados mostram participação expressiva dos homens, ainda que inferior à das mulheres,
contudo, mais concentrados em atividades de suporte e de interações externas ao domicílio.
Os diferenciais observados no tempo gasto em trabalho doméstico não remunerado revelam
que essa participação masculina continua não se refletindo em redução dos tempos femininos
com essas atividades, o que aponta a persistência das desigualdades de gênero no trabalho
doméstico não remunerado nas idades de maior pressão pelas demandas da vida reprodutiva
e produtiva.
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