AUTISMO: HISTÓRIA DE UM QUADRO E O QUADRO DE UMA HISTÓRIA
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Autor(es): Bialer, Marina ; Voltolini, Rinaldo
Com o crescente interesse público pela questão do autismo, assistimos a uma
torção importante do debate que caracteriza esse tema. Inicialmente reduzida ao campo
científico – em geral médico – a questão do autismo se viu progressivamente encampada por
diferentes agentes, sobretudo pelos próprios autistas, cujas contribuições ampliaram muito o
que podemos saber hoje sobre o autismo. Com o termo narrativas do autismo, tivemos como
proposta neste artigo demonstrar a riqueza dos aportes desses novos saberes para o debate
científico e político sobre a questão, bem como demonstrar o risco dela permanecer
encapsulada e restrita ao campo estritamente científico. Para tanto, passamos pela história
do conceito ressaltando como nela se pode ver o quanto o percurso científico vai sendo
afetado, enriquecido por influência desses outros agentes e o valor de se tomar em
consideração as diversas narrativas sobre o autismo. Situar a diversidade dessas narrativas
não tem como objetivo apenas retomar uma posição plural e aberta contra outra exclusiva e
restritiva, mas, antes, de colocar em curso o que pode acontecer ao debate científico quando
ele não se fecha demasiadamente sobre a tendência objetivante própria a organização do
discurso científico.
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