Batuko: alma dum povo! Vivências do batuko cabo-verdiano no período pós-independência
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Autor(es): Carla Indira Semedo
Batuko, gênero músico-coreográfico de Cabo Verde – país localizado na costa
ocidental africana, criado pelos africanos negros escravizados, após a independência
do país em 1975 – passou por um processo de revalorização e vem sendo visto pelas
batukadeiras como possibilidade de se tornar um projeto profissional. Neste artigo,
viso reconstruir as múltiplas dinâmicas sociopolíticas do batuko entrecruzadas com
dois momentos socio-históricos e políticos da historiografia oficial de Cabo Verde,
tendo como material as narrativas e trechos de vivências das batukadeiras do coletivo
de São Martinho Grande, resultantes de pesquisa etnográfica realizada em 2008.
O primeiro momento se centra no período pós-colonial, após a independência
de Cabo Verde em 1975. E, o segundo, no período pós-abertura política com a
democratização do sistema político-partidário a partir de 1991 e, com isso, a criação
de bases para a revalorização e circulação das artes musicais tidas como tradicionais.
Sinalizo que as narrativas das minhas interlocutoras permitem perceber não só o
efeito das narrativas hegemônicas de conformação da identidade da nação nas suas
vivências do batuko, mas também os efeitos nos modos como se inscrevem como
mulheres batukadeiras e almejam o projeto profissional: vir a ser artistas profissionais
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