Becoming a refugee. A life-course approach to migration under duress
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Autor(es): Weiß, Anja
Este artigo apresenta uma abordagem sociológica para o debate em curso sobre a
distinção entre refugiados e migrantes. Para tanto, adoto uma perspectiva de trajetória
de vida para a análise da busca de refúgio. Esta busca por refúgio está incorporada
não apenas nos regimes legais de proteção aos refugiados, mas também em outras
estruturas institucionais que regem o curso da vida. Explorar as continuidades
entre migrantes e refugiados permite uma melhor compreensão de se, e sob quais
pré-requisitos, a categoria refugiado é aplicada pelas autoridades e acessada pelos
próprios refugiados. Com a ajuda de estudos de caso estrategicamente selecionados
a partir de uma amostra maior de entrevistas narrativas com migrantes com formação
acadêmica, na Alemanha, Turquia e Canadá, o artigo mostra como a implementação
e a administração da Convenção de Genebra sobre Refugiados na Alemanha é
organizada de forma muitas vezes distanciada da realidade empírica da fuga por
perseguição e falta de proteção. Com base nisso, uma comparação mais ampla, com
migrantes na Turquia e no Canadá que poderiam se enquadrar na Convenção de
Genebra sobre Refugiados, mas que, na sua maior parte, se abstêm de reivindicar
asilo, mostra que aqueles com melhores recursos e autonomia socioespacial podem,
se bem informados, encontrar opções alternativas para ganhar proteção ao invés
de reivindicar o status de refugiado. Ver-se como refugiado ao migrar sob coação
e reivindicar ou não asilo não resulta exclusivamente da perseguição enfrentada,
mas também das especificidades dos marcos legais e administrativos, bem como
da posição que a pessoa ocupa nas desigualdades estruturais globais, e tem relação
com os diferentes graus de autonomia socioespacial.
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