Brasil da financeirização: do consumo familiar à cooptação da assistência social
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Autor(es): Horígenes Fontes Soares Neto
Lessi Inês Farias Pinheiro
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz
Enquanto face mais recente do modo de acumulação capitalista, a financeirização
reverbera, por um de seus tentáculos, na necessidade de acesso ao mercado
bancário-financeiro e de bens pelas famílias de baixa renda. Isso se dá,
primordialmente, para que possam assegurar direitos esvaziados pelo Estado,
gerando explosões de consumo e endividamento alimentadoras do circuito
neoliberal – caso do Brasil, sobretudo desde os anos 1990. Ao lado, o crescimento
de mecanismos socioassistenciais, cujo pano de fundo é a promoção do bem-estar
e das cidadanias, deixa de servir unicamente às suas pretensões originárias para
também sustentar, transversalmente, o capital financeirizado. Em tal cenário, este
trabalho objetiva verificar as dinâmicas de gasto e consumo familiares vigentes
num Brasil marcado pelas desigualdades e por políticas públicas socioassistenciais
na era financeirizada. Perquire a inserção na ciranda bancário-financeira das
populações pauperizadas e o uso do fundo público para a remuneração de
bancos. Metodologicamente, parte de pesquisa bibliográfica de teóricos clássicos
e contemporâneos críticos da financeirização, aliada a dados secundários de
consumo e gastos das famílias brasileiras, destacadamente aquelas rastreadas
e atendidas por políticas assistenciais, assim como da execução orçamentária
nacional. A análise aponta para a cooptação do Estado pela financeirização e a
quebra dos objetivos originários das ações assistenciais.
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