Como são ouvidos os nossos pretos-velhos? Ideologias linguísticas, racismo e resistência em falas de terreiros
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Autor(es): Adriana Carvalho Lopes
Inspirada pelo trabalho de Cavalcanti (1986, 2006, 2013), em que questões de linguagem são compreendidas de forma interdisciplinar, neste artigo analiso as ideologias linguísticas que comparecem em narrativas de dirigentes e frequentadoras de centros de Umbanda sobre os pretos-velhos, interrogando a conaturalização histórica de linguagem e raça como uma violenta metafísica racista. Aproximo o registro de fala dos pretos-velhos ao que Lélia González (1988) chamou de “Pretoguês” e Leda Martins (2003) de “Oralitura” – formas de sobrevivência da diáspora negra no Brasil. Finalmente, defendo que esses “espíritos de luz” transcendem dualidades (oral/escrito; vida/ morte), inscrevem os saberes da diáspora na cultura nacional, bem como desafiam as ideologias do “branqueamento” e do “padrão monoglota” que definem as imaginações hegemônicas sobre a língua portuguesa no Brasil.
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