Conciliação fraturada - quando o “estuprador” está dentro de casa
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Autor(es): Rangel, Everton
A pergunta mais abrangente deste artigo é: o que implica levar a vida com homens condenados por crimes sexuais para as mulheres que com eles compartem laços afetivos, partilham os dias e trabalham para tornar essa vida viável? Descrevendo as assimetrias e as desigualdades das relações de gênero a partir dos modos afetivo-morais como as minhas interlocutoras respondiam a elas, busco desenvolver o que chamei de conciliação fraturada. Trato de formas de vida que emergem quando fraturas relacionais desencadeadas pelo estupro existem, mas são conciliadas: quando o pai - severamente adoecido - é o violador da filha que, em face do sofrimento dele, se esforça para perdoar o que considera (im)perdoável; e quando almoços de família incluem o tio que é reconhecido pela sua sobrinha como pedófilo, mas por ela é tolerado em função do amor que a irmã dele, mãe dela, sente por seu irmão.
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