Crise, crítica e reflexividade: problemas conceituais e teóricos na produção de diagnósticos de época
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Autor(es): Felipe Maia
Há na bibliografia recente de sociologia e ciências sociais um interesse renovado
no conceito de crise, como parte dos esforços para compreensão de tendências de
desenvolvimento que se desdobram no tempo, usualmente associadas à produção
de “diagnósticos de época”. Há, entretanto, ainda pouco esclarecimento sobre
o sentido que o conceito assume na teoria social, permanecendo incerta sua
relação com problemas funcionais e normativos, assim como sua própria utilidade
para a qualificação do tempo histórico. O artigo trata dessas questões a partir da
comparação entre as abordagens de Reinhart Koselleck e Jürgen Habermas, que
são mobilizadas para se pensar as possibilidades de desenvolvimento do conceito
de crise. Argumenta-se que ele deve ser compreendido no escopo de teorias dos
processos e mudanças sociais, referindo-se a momentos específicos no tempo em
que se conjugam problemas normativos e funcionais, sem que isso implique um
pressuposto dualista de percepção do mundo social, sob os critérios de instabilidade
e estabilidade. Argumenta-se também que, embora a história dos conceitos afirme
a relação entre crítica e crise, é prudente evitar a conflação entre os dois conceitos
e situar a crítica como um dos modos possíveis de reflexividade em períodos de
crise, o que traria vantagens para uma melhor compreensão das possibilidades da
teoria crítica e da crítica social em tempos de crise.
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