“Dar uma Zoada”, “Botar a Maior Marra”: Dispositivos Morais de Jocosidade como Formas de Efetivação e sua Relação com a Crítica
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Autor(es): Werneck, Alexandre
A situação tem lugar em um conhecido “calçadão”, rua de pedestres de intensa atividade comercial formal e informal no coração
de um grande bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro: o rapaz, empregado de uma agigantada banca de camelô, oferecedora de produtos
que vão de pilhas e carregadores de celular a pequenas utilidades domésticas, está atrasado. Quando finalmente chega, mostra-se esbaforido. A camiseta, suada, indica que ele veio correndo de sua última condução; a respiração, ofegante, torna a voz quase inaudível. Franzino, o
jovem praticamente não consegue falar para se desculpar com o patrão. Mas por pouco não seria necessário: o comerciante não aparenta
irritação com o deslize. Pelo contrário, parece estar sensibilizado pelo
sofrimento físico do jovem. Tanto que acena com uma palavra de
apoio: “– Ô, moleque, tá cansado, tá passando mal? Vem cá tomar uma
coisa...”. No entanto, ato contínuo, logo que o outro faz menção de movimento: “– ... vem tomar um esporro”.
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