Determinação social, não! Por quê?
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Autor(es): Minayo, Maria Cecília de Souza
O artigo tem por objetivo provocar uma discussão sobre o uso acrítico da expressão “determinação social de saúde” e demonstrar a impropriedade desse
conceito para representar a complexidade do fenômeno e das situações de
saúde/doença e todas as questões que envolvem o campo da Saúde Coletiva,
frente ao contexto das profundas mudanças da sociedade pós-industrial. O
texto assim se organiza: apresenta o percurso da adoção do termo e a vasta
produção científica que o utiliza na América Latina, inclusive no Brasil; descreve o determinismo como conceito histórico nascido da Física e da Biologia
com reflexos sobre as Ciências Sociais e Humanas; e ressalta o conhecimento
sociológico contemporâneo sobre determinação e liberdade, fazendo a crítica
do conceito em foco. O texto ressalta a necessidade da área de Saúde Coletiva
rever alguns de seus conceitos baseados no modelo de pensamento da sociedade industrial sobre os quais se assentou. E conclui que: determinação social,
não! Aceitar que as coisas sejam determinadas significa desdenhar o poder da
natureza, a criatividade e a autonomia do indivíduo e da sociedade para agir,
desconhecendo a experiência milenar de que tudo o que é historicamente construído pode ser desconstruído pela ação humana e pela aleatoriedade do real.
Portanto, qualquer trabalho de cunho libertário precisa levar em consideração,
dentro das condições dadas, as forças pessoais, comunitárias, sociais e auto-organizadoras que interagem para a preservação do ambiente e da saúde dos
indivíduos e da coletividade.
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