É preciso adaptar-se: uma genealogia crítica das fontes evolucionistas do neoliberalismo

O objetivo do texto é apresentar o livro Il faut s’adapter : sur un nouvel impératif
politique, de Barbara Stiegler. Na obra, a autora desenvolve uma genealogia crítica
do neoliberalismo considerando as fontes evolucionistas que embasam o pensamento
político de Walter Lippmann e de John Dewey. Desse modo, a partir da constatação
de uma lacuna na genealogia do neoliberalismo apresentada por Michel Foucault
em Nascimento da biopolítica, Stiegler procura mostrar as bases naturalistas que
informam o debate norte-americano nos anos imediatamente anteriores à formulação
teórica do neoliberalismo. O livro aborda as concepções opostas dos autores
estadunidenses quanto à democracia, ao “novo liberalismo” e à ideia de atraso da
espécie humana em relação à aceleração da sociedade industrial do início do século
XX. Ao evidenciar o embate entre os autores, Stiegler argumenta que o pragmatismo
de Dewey se apresenta como a primeira crítica política e filosófica do neoliberalismo
vindouro. Analisando Il faut s’adapter também à luz do contexto em que o livro
se inscreve, a resenha pretende mostrar como a obra constitui uma contribuição
relevante para a pesquisa sociológica sobre o neoliberalismo, especialmente para
os estudos foucaultianos sobre o tema.

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