“Em Defesa da Humanidade”: A Associação Cultural do Negro
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Autor(es): Domingues, Petrônio
E m 1954, José de Assis Barbosa, conhecido por Borba, encontrou-se
por acaso com seu antigo amigo José Correia Leite no centro de São
Paulo. Entre cumprimentos e salamaleques, resolveram colocar a conversa em dia e, como cidadãos bem informados, falaram sobre um assunto que mobilizara a opinião pública: as comemorações do quarto
centenário da cidade de São Paulo. Os eventos foram aparatosos, havendo muitas homenagens às diversas “colônias” de imigrantes europeus (italianos, espanhóis e portugueses, sobretudo). Tidos como os
responsáveis pelo desenvolvimento, progresso e modernização de São
Paulo, tais imigrantes e seus descendentes foram rememorados, celebrados e festejados aos píncaros, ao passo que a contribuição do negro
não foi devidamente reconhecida na efeméride. Segundo Correia
Leite, isso aconteceu porque não havia uma entidade organizada para
tratar dessa questão. Foi quando, ainda inconformado, ele se deparou
com Borba, que lançou a ideia de criar uma entidade de “propaganda
em defesa dos valores negros” (Leite, 1992:163)1
.
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