Era uma vez: reflexões sobre uma obra prima da literatura para a infância italiana: Pinóquio
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Autor(es): Avanzini, Alessandra
Neste artigo discutirei o romance Le avventure di Pinocchio: storia di un burattino, escrito por Collodi, que apareceu inicialmente em forma seriada no Il giornale per i bambini, uma revista infantil publicada em 1883. Gostaria de começar com a seguinte pergunta: podemos considerar Pinóquio um Bildungsroman, uma história de formação? Mostrarei que é difícil fazê-lo, principalmente, devido ao fato de que Pinóquio não muda. A segunda pergunta à qual gostaria de responder é se esse romance é um romance para crianças. Discutirei que, na verdade, Pinóquio é um livro contra as crianças, um livro que não leva em conta a natureza e os sentimentos do pobre menino, mas simplesmente busca forçá-lo a adaptar-se ao mundo que o cerca. Esse mundo é constituído por valores específicos e certezas que Pinóquio não consegue entender durante todo o decorrer da história: a lógica de causa-efeito e a visão prática do mundo como uma entidade econômica. São esses os mesmos valores e certezas que caracterizam o período pós-Risorgimento, a partir de 1861, e a busca da nação italiana. Pinóquio não os entende, mas, depois de passar por muitas adversidades, durante as suas aventuras, decide aceitá-los como se fossem o seu mundo interior.
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