Esperança de vida e sua relação com indicadores de longevidade: um estudo demográfico para o Brasil, 1980-2050
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Autor(es): Fernandes Guerra, Francismara ; Fígoli, Moema Bueno Gonçalves
Quando a mortalidade encontra-se em constante mudança, a tabela de sobrevivência de período não descreve a verdadeira experiência de vida das coortes presentes na população. Nesse sentido, o emprego das taxas correntes de mortalidade na estimativa do tempo médio de vida distorce o conceito original de esperança de vida. Como uma medida de coorte, a longevidade deveria ser estimada para um grupo real de pessoas, mas usualmente refere-se a uma coorte hipotética. Dadas as quedas passadas da mortalidade e as prováveis reduções futuras, a esperança de vida de coorte se torna maior do que a de período. Apesar disso, esta última pode ser vista como um indicador defasado do tempo médio de vida de alguma coorte passada (coorte equivalente). Este artigo explora o tempo requerido para encontrar essa coorte passada (defasagem) e as diferenças entre as esperanças de vida em um dado ano (diferencial) a fim de determinar a translação da medida de período, na perspectiva de coorte. Com a tendência de ganhos da longevidade cada vez menores no Brasil, os resultados indicam que, tanto para homens quanto para mulheres, o diferencial se reduz com o tempo, ao passo que a defasagem torna-se crescente. Isto é, com o passar dos anos, as estimativas correntes de período e coorte tendem a se aproximar, enquanto as coortes equivalentes se tornam mais remotas.
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