“Eu também posso escrever!”: narrando a produção de material didático de Português como Segunda Língua para Surdos em uma perspectiva decolonial e translíngue
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Autor(es): Ana Cecília Cossi Bizon
Ivani Rodrigues Silva
Embora o contexto de educação de surdos conte com legislação que reconhece a importância de se garantir o ensino do português como segunda língua, ainda são poucas as pesquisas que focalizam estratégias para esse ensino e poucos os materiais didáticos desenvolvidos considerando-se essas estratégias. Neste artigo, focalizamos o processo de elaboração de um material didático de Português como Segunda Língua para Surdos (PL2/Surdos) produzido no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado em Português como Segunda Língua/Língua Estrangeira, que faz parte do currículo da licenciatura em Português Segunda Língua/Língua Estrangeira, oferecida no Instituto de Estudos da Linguagem, na Universidade Estadual de Campinas. Considerando o diálogo entre a prática e a meta-reflexão de fundamental importância tanto para a formação de pesquisadores quanto de professores, interessanos, mais especificamente, discutir como professoras em formação compreendem a operacionalização desse material didático a partir de uma perspectiva poscolonial e translíngue. Alinhadas à vertente crítica e indisciplinar da Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006), que tem no aparato da pesquisa qualitativo-interpretativa de viés etnográfico um de seus pilares, consideramos um corpus que, além de dados documentais, buscou focalizar as vozes das licenciandas, já que é nosso objetivo, aqui, iluminar questões relacionadas à formação de professores. Fazem parte desse corpus: (i) o programa de leitura da disciplina Estágio Supervisionado em PL2/LE oferecida no segundo semestre de 2021; (ii) trechos do material didático elaborado; (iii) excertos dos relatórios de estágio produzidos pelas licenciandas; (iv) excertos de uma das aulas teóricas da disciplina Estágio Supervisionado em PL2/LE. As reflexões realizadas pelas licenciandas apontam para a necessidade de (re)pensar a educação bilíngue de surdos a partir de projetos mais sensíveis à pluralidade cultural, social e linguística do mundo atual, tendo em vista o potencial heteroglóssico das práticas sociais de linguagem.
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