Hormônios e Mulheres na Menopausa
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Autor(es): Sampaio, Juliana Vieira ORCID ; Medrado, Benedito ; Menegon, Vera Mincoff
O término do ciclo fértil das mulheres está historicamente atrelado a sua capacidade
reprodutiva, demarcando de maneira significativa o início do processo de envelhecimento.
O climatério, momento de transição entre o período fértil e a menopausa (que é a última
menstruação), é percebido em nossa sociedade como uma questão médica. O objetivo deste
artigo é analisar como os hormônios, considerados produtos atuantes em dinâmicas humanas,
agenciam modos de subjetivação entre mulheres que passam pela menopausa na nossa
sociedade, que valoriza a produtividade e a juventude. Nesta pesquisa, inspirada na cartografia
de controvérsias proposto por Bruno Latour, foram analisados sete vídeos disponibilizados
no Youtube pela indústria farmacêutica Bayer que abordavam direta ou indiretamente a
“reposição hormonal” para mulheres. Identificamos que as mudanças hormonais na velhice são
compreendidas como um desequilíbrio, causador de calores, problemas de libido, osteoporose,
problemas cardíacos, secura vaginal etc. Tais percepções levam à busca por soluções médicas,
como a reposição hormonal, para que o corpo alcance novamente o equilíbrio perdido com o
envelhecimento. Concluímos que os hormônios são prescritos pelos médicos com a promessa de
as mulheres se manterem jovens e sexualmente atraentes para seus parceiros do sexo masculino
dentro de uma perspectiva que reitera o machismo e a heteronormatividade na sociedade.
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