HTLV: uma infecção estigmatizante?
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Autor(es): Garcia, Ionara Ferreira da Silva ; Hennington, Élida Azevedo
O HTLV é um vírus que afeta as células T humanas. O Brasil é o país com o
maior número absoluto de casos de HTLV no mundo. Estimativas do Ministério da Saúde apontam entre 700 mil e 2 milhões de pessoas infectadas. A
maioria são portadores assintomáticos, porém algumas pessoas podem vir a
desenvolver quadros neurológicos degenerativos como a paraparesia espástica
tropical, além de leucemia e linfoma. As formas de transmissão e manifestações clínicas como incapacidade motora progressiva, distúrbios geniturinários,
além da restrição ao aleitamento materno impactam o cotidiano e podem ser
geradores de discriminação social e estigma. O estigma denota violação das
normas sociais e reforça o preconceito e as desigualdades. O objetivo deste artigo é discutir o conceito de estigma e sua repercussão em pessoas que convivem com o HTLV. Trata-se de uma reflexão baseada na revisão da literatura
sobre o tema e na vivência do atendimento a pessoas afetadas pela infecção e
adoecimento. Constatou-se que ser portador do vírus ou adoecer em decorrência da infecção pelo HTLV pode ser estigmatizante para indivíduos que se
sentem inferiorizados ao serem acometidos por uma doença potencialmente
grave e até mesmo fatal, ainda pouco conhecida e carregada de estereótipos
depreciativos. Essa situação pode repercutir negativamente no acesso aos serviços de saúde, na adesão ao tratamento e na busca por direitos. As políticas
públicas devem contribuir para mitigar a estigmatização, assegurando o direito de indivíduos em situação de vulnerabilidade pelo HTLV viverem como
protagonistas no exercício de sua cidadania.
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