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Insegurança alimentar em comunidades rurais no Nordeste brasileiro: faz diferença ser quilombola?

Editorial: Cadernos de Saúde Pública
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Silva, Etna Kaliane Pereira da ; Medeiros, Danielle Souto de
Martins, Poliana Cardoso ; Sousa, Líllian de Almeida
Lima, Gislane Pereira ; Rêgo, Maria Amanda Sousa
Silva, Tainan Oliveira da ; Freire, Alessandra Silva
Silva, Fernanda Moitinho

Este artigo objetivou identificar a prevalência de insegurança alimentar em uma área rural do Nordeste do Brasil e investigar este desfecho de acordo com a residência em comunidades quilombolas e não quilombolas. Foi um estudo transversal com 21 comunidades rurais, sendo nove quilombolas, em 2014, utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Foram estimadas prevalências e razões de prevalência para insegurança alimentar, e a análise múltipla foi conduzida por regressão de Poisson com variância robusta. A situação de insegurança alimentar foi encontrada em 52,1% das famílias estudadas, sendo 64,9% entre quilombolas e 42% entre as demais. Insegurança alimentar foi associada a ser quilombola (RP = 1,25); ter nível econômico mais baixo (RP = 1,89; 2,98 e 3,22 para os níveis C2, D e E, respectivamente); ser beneficiário do Programa Bolsa Família (RP = 1,52); e ter quatro residentes ou mais no domicílio (RP = 1,20). A prevalência de insegurança alimentar foi elevada em toda a população, no entanto as comunidades quilombolas, apesar de pertencerem à mesma área de abrangência das outras comunidades, apresentaram uma prevalência ainda maior de insegurança alimentar, reforçando a vulnerabilidade dessa população.

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