Interseções antropológicas na saúde mental: dos regimes de verdade naturalistas à espessura biopsicossociocultural do adoecimento mental
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Autor(es): Nunes, Mônica de Oliveira
iscurso naturalista acerca das doenças e estados mentais (Jeannerod, 2001). Este propaga um regime de
verdade ancorado na proposta de explicação da fisiopatologia dessas doenças, no domínio do seu
tratamento e no controle do seu sofrimento. À primeira vista, é inegável reconhecer que esse discurso
se sustenta nos benefícios que a perspectiva neurobiológica tem aportado à psiquiatria, uma vez que,
aliados aos avanços observados pelos efeitos psicofarmacológicos de controle de sintomas graves,
surgem os efeitos sociais positivos desse discurso e prática. Dentre estes, valem ser destacados: a
contenção da insegurança e a isenção da culpa de pacientes e familiares, por um mecanismo de
genetização e de biologização dos sintomas; a esperança da gestão da incerteza e da falta de esperança
de doenças tão complexas quanto dolorosas; além da produção de pontos de ancoragem, ou seja, da
possibilidade de, uma vez exteriorizadas as responsabilidades sociopsicológicas na produção do
adoecimento, abrir espaço para a relação terapêutica e para o trabalho sobre as relações.
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