Jovens produzindo identidades sexuais
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Autor(es): Epstein, Debbie ORCID ; Johnson, Richard
Nesse artigo analisamos a formação das identidades sexuais de jovens, a partir de uma série de exemplos retirados de trabalhos de campo, no decorrer de vários anos e em diferentes projetos de pesquisa. Argumentamos que os jovens se produzem como atores generificados e sexualizados em e por meio de certas relações centrais. Seus contextos mais imediatos são suas próprias culturas sexuais, formadas em relação a espaços institucionais como escolas, cultura popular comercial e relações domésticas e familiares. Sugerimos que as identidades são poderosamente formadas por meio do que Connell chama de "práticas reflexivas do corpo" - ou seja, o circuito de efeitos entre experiências corporais, vida emocional e explicações culturais. É importante observar, no entanto, que essas experiências e entendimentos são desenvolvidos no contexto de relações sociais de poder. As diferenças sexuais, por exemplo, são sempre acompanhadas e mutuamente moldadas por outras "diferenças que fazem diferença" na vida cotidiana das pessoas, tais como raça, gênero ou corporificação. Interações imediatas, face a face, estão sempre imbuídas de formações culturais mais amplas em torno do sexual, que são reproduzidas e às vezes modificadas em práticas como representação na mídia, processos políticos e legais, venda e consumo de bens, educação e conhecimentos científicos, profissionais e especializados. Sugerimos que tais entendimentos têm implicações consideráveis para práticas profissionais, pois indicam que os praticantes - por exemplo de profissões de cuidado, ensino ou assistência médica - estão direta e ativamente envolvidos na construção da identidade de seus jovens clientes, alunos ou pacientes, ao mesmo tempo em que constroem suas próprias identidades profissionais. Finalizamos argumentando que a prática ética com jovens em relação às suas identidades sexuais emergentes somente é alcançável quando os profissionais são autorreflexivos no que diz respeito às limitações de seus próprios horizontes e cientes de sua parcialidade.
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