Justiça, gênero e famílias em O direito da liberdade, de Axel Honneth: elementos para uma contribuição ao projeto honnethiano
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Autor(es): Stanley Souza Marques
Se é verdade que o pensamento político ocidental, em geral, tem conservado
no anonimato o espaço doméstico e suas implicações público-políticas, mesmo
depois das críticas feministas, também é verdade que este não parece ser o caso de
Axel Honneth, pelo menos não em O direito da liberdade. Honneth se vale, neste
livro, de um método todo próprio – a reconstrução normativa –, que lhe permite
destilar critérios de justiça social diretamente das reivindicações normativas que
se desenvolveram no interior de um conjunto multifacetado de esferas de ação,
aí incluído o domínio das famílias. Neste artigo, procuro mostrar que um projeto
normativo desse tipo não só promove a reflexão sobre as conexões entre justiça
e famílias, como também suscita análises mais robustas e mais abrangentes sobre
cenários nacionais específicos. Procuro ainda apresentar, por isso mesmo, alguns
elementos para uma reconstrução normativa da esfera das famílias no Brasil, não
sem chamar a atenção para o que parece um tanto negligenciado pelo próprio
Honneth: as implicações muito desiguais da divisão sexual do trabalho para mulheres,
homens e crianças. Procuro argumentar, por fim, que o programa honnethiano muito
ganharia se também dialogasse com os estudos sobre divisão sexual do trabalho
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