Medicalização social (I): o excessivo sucesso do epistemicídio moderno na saúde
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Autor(es): Tesser, Charles Dalcanale
O processo de medicalização social no Brasil é intenso e importante para o SUS (especialmente o PSF) e a
Saúde Coletiva. O objetivo deste artigo é refletir sobre tal processo, numa perspectiva crítica e “diagnóstica”.
Para isso, é apresentada uma síntese livre de idéias de Illich (1975) sobre o tema, seguida de uma
interpretação do mesmo a partir da concepção epistemológica de Fleck (1986). A medicalização transforma
culturalmente as populações, com um declínio da capacidade de enfrentamento autônomo da maior parte dos
adoecimentos e das dores cotidianas. Isso desemboca num consumo abusivo e contraprodutivo dos serviços
biomédicos, gerando dependência excessiva e alienação. Vista pelas idéias de Fleck, ela é a previsível
conseqüência da socialização forçada e acelerada do estilo de pensamento biomédico (centrado no controle, nas
ações e interpretações heterônomas) para contingentes populacionais pouco modernizados, pluriétnicos e
multiculturais, como a maioria da população brasileira.
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