Mobilidades e etnicidade nos territórios da costura
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Autor(es): Patrícia Tavares de Freitas
Neste artigo, abordamos a inserção boliviana no trabalho de confecção de roupas
nas cidades de São Paulo (Brasil) e Buenos Aires (Argentina) por meio de uma
análise das redes sociais que permitem a inserção e circulação dos migrantes nessa
atividade. À luz dos debates da sociologia urbana sobre as economias migrantes,
indagamos se essa atividade constitui economias étnicas ou territórios circulatórios.
A partir de observação participante multissituada e 50 entrevistas semiestruturadas
com os trabalhadores migrantes, formulamos a hipótese de que se trata de uma
formação híbrida, com forte componente étnico associado a uma intensa circulação
de trabalhadores em espaços multiétnicos. Argumentamos que esse hibridismo
se deve à coexistência de dois tipos de redes sociais de contratação, com lógicas
diferenciadas: uma, desde os locais de origem dos migrantes, na Bolívia e, outra,
nas cidades de destino da migração. Circunstâncias que permitem entrever a
emergência de novos cosmopolitismos nesses territórios da costura. No entanto,
esses novos cosmopolitismos associam-se de maneira ambivalente com os apelos da
etnicidade, delineando um novo campo de embates políticos, interno à comunidade
boliviana, em torno de seus pertencimentos identitários nas cidades de destino.
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