Mordida aberta anterior de pré-escolares sob a percepção e experiências em saúde bucal dos responsáveis: estudo qualitativo

Objetivo: Conhecer a percepção e experiências em saúde bucal dos responsáveis de pré-escolares identificados com mordida aberta anterior (MAA) do município da Palhoça, SC, Brasil. Método: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, aninhado de dados quantitativos sobre prevalência de maloclusões em pré-escolares de 4 e 5 anos da Palhoça. Após identificação da prevalência de MAA, um contato com os responsáveis foi realizado. A amostra constou de 10 responsáveis das diversas regiões da Palhoça. Questionário com informações sociodemográficas e tempo de amamentação e questões abertas sobre a experiência do responsável com a saúde bucal dele e do pré-escolar, sobre a gestação do pré-escolar e suas percepções e conhecimento sobre a MAA foi realizada. Análise de conteúdo de Bardin foi conduzida através de categorias de análise: Experiências e cuidados com a saúde bucal dos responsáveis, Experiências e cuidados com a saúde bucal dos pré-escolares e Percepção da maloclusão do pré-escolar e suas relações sociais e familiares. Resultados: Ao longo da vida, a falta de saúde bucal dos responsáveis e não utilização dos serviços para os pré-escolares foi atribuída às questões socioeconômicas. Em geral, o contato dos pré-escolares com o Cirurgião-dentista foi na creche ou serviço público. A imagem do Cirurgião-dentista foi representada positivamente para os cuidados bucais de higiene e dor. Os hábitos bucais, chupeta e mamadeira, foram percebidos de maneira negativa e como causadores da MAA, embora tenha sido oferecido para suprir necessidades psicológicas do pré-escolar desde a primeira infância e como cultura da família. Embora atualmente os responsáveis percebam a necessidade de retirada do hábito deletério, os relatos foram de frustação e incompletude na tentativa. Conclusão: Os participantes percebem necessidades bucais como higiene bucal e dor. A MAA foi identificada e as principais causas também, embora nenhuma intervenção profissional com sucesso foi relatada pelos responsáveis. Tais relatos, sugerem um desconhecimento dos responsáveis para a abordagem profissional da retirada dos hábitos deletérios e a importância de um aperfeiçoamento dos profissionais do serviço público para tais necessidades, inclusive nas abordagens das visitas às creches.

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