Movimentos e estado como coletivos instáveis e heterogêneos: uma agenda teórico-metodológica a partir de três estudos de casos
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Autor(es): Carvalho, Priscila D.
Penna, Camila
Rosa, Marcelo C.
Neste texto apresenta-se uma proposta teórico-metodológica para
pesquisar movimentos e estado tomando como base as associações que
estabelecem a partir de três pesquisas: sobre as transformações do Landless
People’s Movement (LPM) da África do Sul, as interações entre movimentos
rurais brasileiros e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
na implementação da política de reforma agrária, e a transnacionalização da
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O principal
efeito do artigo é uma definição ontológica de movimentos e do estado como
coletivos cuja existência é marcada por contínuos agenciamentos de elementos
heterogêneos e instáveis. Não sendo possível tomá-los como unidades analíticas
fechadas, cabe às pesquisas observar construções contínuas de grupos e coletivos contingentes às associações contextuais que se formam – desde antes,
portanto, de sua expressão pública. Para tanto, propõe-se que sejam compreendidos quais elementos, agenciados de forma específica e descritível, permitem
que as coisas tomem os cursos que normalmente observamos e analisamos.
Sugere-se ainda o emprego metodológico das controvérsias como categorias
analíticas e a observação dos processos na longa duração.
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