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NÃO SOMOS “NEGROS/AS”, NÃO SOMOS “ÍNDIOS/AS”: DA DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA À LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA

Editorial: Alea: Estudos Neolatinos Metrics
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Julie Dorrico
Fernando Danner
Leno Francisco Danner

Correlacionaremos descolonização africana e literatura indígena brasileira, enfatizando três ideias: o colonialismo é o eixo estruturante da produção do/a negro/a e do/a índio/a enquanto menoridade racialmente justificada, levando à sua invisibilização, ao seu silenciamento e ao seu privatismo, de modo que passam a ser representados/ as pelo/a branco/a como seu/sua tutor/a, mestre e senhor/a; a descolonização, que
somente pode ser feita pelo grupo-sujeito colonizado, confere todo protagonismo a esse mesmo grupo-sujeito menor que, desde essa condição como chaga e estigma racialmente fundado, publiciza sua voz e dinamiza sua práxis crítico-emancipatória; e a produção estético-literária passa a ser o lugar de autoconstituição normativa e de tematização das condições epistêmico-políticas que produzem-reproduzem as minorias político-culturais, tornando-se instrumento político basilar de enfrentamento do eurocentrismo-colonialismo-racismo. A descolonização, ao enfatizar a voz e o protagonismo do e pelo grupo-sujeito menor, desconstrói a ideia naturalizada de negro/a, índio/a, branco/a etc., mostrando-as como politicidade, relacionalidade,
normatividade, historicidade.

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