Nazira Zeineddine: a jovem e os xeiques
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Autor(es): miriam cooke
Por mais de quatro décadas os debates sobre o hijab se alastravam pelo mundo
árabe muçulmano, opondo conservadores e reformistas em um contexto político
conformado pelo colonialismo europeu. Em 1927, os xeiques sírios decretaram
que as mulheres deveriam cobrir o rosto. As mulheres saíram às ruas e uma jovem
drusa de dezenove anos, Nazira Zeineddine, pertencente à burguesia de Beirute,
sentou-se à escrivaninha. Escreveu quatrocentas páginas sobre os prejuízos para a
sociedade gerados pelo ato de cobrir o rosto das mulheres, citando as escrituras
islâmicas e autoridades religiosas e seculares contemporâneas em quase todas
as páginas. Poucos meses depois, ela publicaria Unveiling and Veiling. O livro, o
primeiro escrito por uma mulher a tratar dos direitos das mulheres no Islã, foi um
ataque aos xeiques que se atreveram a ordenar que as mulheres cobrissem seus
rostos e que manipulavam as interpretações do Alcorão e dos hadiths com o único
objetivo de assegurar poder aos homens. Neste ensaio, apresento uma síntese
da hermenêutica de Nazira e minhas hipóteses sobre por que ela e seus escritos
permaneceram praticamente desconhecidos até o final do século 20.
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