“Ninho vazio”: uma compreensão sobre o sofrimento de pais com a saída dos filhos de casa a partir da perspectiva sistêmica

Estudos sobre o momento de “ninho de vazio” sofrido por pais ainda se encontram escassos no Brasil e poucas pessoas conhecem sobre o que seja ninho vazio, onde os sujeitos afetados muitas vezes não sabem lidar com o fenômeno, e consequentemente, não buscam ajuda (PATIAS; FONTINEL; JAEGER; 2012). A presente pesquisa objetivou caracterizar os fenômenos relacionados à saída dos filhos de casa (ninho vazio) em referenciais teóricos fundamentais elaborados a partir da perspectiva sistêmica, uma vez que tal perspectiva é a que mais tem designado a presença de sofrimento de pais com a saída de filhos de casa como “ninho vazio”. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória, utilizando a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), buscando-se referências que traziam menção ao ninho vazio com as palavras “ninho and vazio” nos descritores título, resumo ou assunto. Foi acessada essa plataforma por conter publicações de artigos da área de ciências da saúde, encontrando-se 8 artigos. Após uma busca nas referências dos 8 artigos, foram encontrados e selecionados mais 2 artigos e 3 livros que abordam sobre o período de saída dos filhos de casa e as decorrências manifestadas nesses pais. Depois desse primeiro levantamento, foram descartados 2 artigos, pois não tinham como ideia central o tema sobre a saída dos filhos de casa (ninho vazio). Ao final, restaram 8 artigos e 3 livros, materiais estes que possuem o objetivo de responder a pergunta de pesquisa. Através dos resultados foi possível perceber que a fase de saída do filho de casa representa uma mudança para todos os membros de um sistema. Tal mudança, implica no conceito denominado como “crise” por alguns autores para elucidar as modificações no sistema que acabam afetando os membros da família. Percebeu-se que mulheres sofrem mais do que homens, destaque que pode ser dado ao fato em razão do papel histórico e social impostas para essas mulheres ainda hoje. Foi possível compreender que alguns pais tiveram que ressignificar suas funções parentais com essa mudança no sistema familiar, sendo necessário que pais reestruturassem seus papéis conjugais. Foi possível ser conhecido também sobre alguns processos relacionados ao envelhecimento que embatem com o período de saída dos filhos de casa, gerando um sofrimento de maior gravidade. À vista disso, percebeu-se a necessidade de construir mais aparatos sobre esse sofrimento de pais com a saída dos filhos de casa, tendo-se uma maior discussão sobre a temática no Brasil.

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