O Ensino Testemunhal entre os Restos da Ditadura: uma Metodologia Ético-política
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Autor(es): Kessler, Helena Pillar ; Kveller, Daniel Boianovsky ; Rodrigues, Marina da Rocha ; Szuchman, Karine Shamash
O presente artigo tem por objetivo principal apresentar o exercício testemunhal como
um potente método de ensino ético-político, por meio do relato de uma experiência de docência
em um curso de graduação de Psicologia do Rio Grande do Sul. Propusemos uma disciplina
chamada “O que resta da ditadura: estudos clínico-políticos sobre violência”, que teve como
finalidade estudar os efeitos traumáticos da violência, a função testemunhal como possibilidade
de transmissão e elaboração e as implicações desses temas para o trabalho de psicólogos(as) no
Brasil. Iniciamos nosso relato descrevendo como tornamos as noções de trauma e testemunho
ferramentas de ensino. Situamos, assim, a origem e a importância desses conceitos para os campos
da psicanálise, da literatura e da história, propondo também uma maneira de utilizá-los como
recursos pedagógicos. A seguir, narramos alguns episódios que levaram à emergência de uma
“crise” em sala de aula. Discutimos essa crise como uma soma de fatores, destacando-a como um
processo próprio da experiência de ensino e justificando, desta feita, que todo ensino testemunhal
deve passar por uma crise. Por fim, resumimos os principais aspectos que caracterizam o ensino
testemunhal, tal como o entendemos, e analisamos por que ele é uma ferramenta potente na
formação de psicólogos(as) na atual conjuntura social e política.
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