O governo da mobilidade Haitiana no Brasil
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Autor(es): Vieira, Rosa Maria
No começo de 2010, Sista Telemaque, uma haitiana de 18 anos,
ingressou no Brasil pela fronteira de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Ela
foi detida, junto com outras pessoas haitianas, porque não possuía visto para
transitar no país. Nesse período, pouco se falava a respeito do ingresso no
Brasil de pessoas vindas do Haiti. Dois anos depois, em 2013, ao buscar
informações sobre essas detenções, conversei com o assessor de imprensa da
Polícia Federal de Campo Grande (MS). Ele me respondeu: “Não é a gente
que você tem que procurar, não se tornou um caso de polícia [os haitianos],
se tornou um caso de governo, sabe, quando entraram a mídia, as ONGs, aí
a gente passou para outro órgão, virou um caso político e não da polícia”.
Ainda que a atuação da polícia seja uma ação de governo – forças policiais
são um dispositivo de governo – a distinção feita pelo assessor entre “caso
de polícia” e “caso político” é interessante por indicar a percepção de uma
mudança. Na conversa, o que ele estava me dizendo? Ao longo deste artigo
ofereço algumas chaves de análise para termos uma compreensão nuançada
do sentido da pergunta.
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