O populismo como modelo de “democracia polarizada”: a teoria do populismo de Pierre Rosanvallon à luz do debate contemporâneo
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Diogo Cunha
Paulo Henrique Paschoeto Cassimiro
O objetivo deste artigo é examinar a contribuição de Pierre Rosanvallon para a
compreensão do populismo. Para tanto, adotamos duas abordagens: a primeira,
internalista, consiste numa análise rigorosa da obra Le Siècle du populisme (2020),
assim como na articulação desta com sua teoria das mutações da democracia
contemporânea (2006-2015); a segunda consiste no cotejamento de Le Siècle du
populisme com obras de outros autores sobre o tema. O artigo está dividido em três
segmentos. No primeiro, analisamos Le Siècle du populisme focando os dois aspectos
que consideramos mais originais: a tipologia das “democracias-limite” e suas formas
de degradação, e sua crítica ao populismo. No segundo, articulamos essa obra à sua
teoria das mutações da democracia contemporânea. No terceiro, inserimos a obra
de Rosanvallon no interior da bibliografia sobre o tema do populismo, explorando
como o autor pensa o populismo em interação com a democracia e comparando-o
com três das principais leituras contemporâneas sobre o tema: a de Nadia Urbinati,
no campo da teoria democrática, e a de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, dois dos
principais teóricos do “populismo de esquerda”, objeto da crítica de Rosanvallon.
Concluímos que o que diferencia sua contribuição para a pesquisa sobre o populismo
é o alcance de sua teoria, capaz de incorporar tensões e complexidades ao estudo
da democracia, e que oferece uma saída para as ambiguidades teóricas das análises
precedentes sobre o populismo
Compartir:
Una vez que el usuario haya visto al menos un documento, este fragmento será visible.