O sorteio na política: como os minipúblicos vêm transformando a democracia
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Autor(es): Rubião, André
Este artigo analisa o uso do sorteio na política sob uma perspectiva genealógica e
contemporânea. Ele reflete em torno desse mecanismo, pouco conhecido na América
Latina, que seleciona cidadãos aleatoriamente para tomar decisões. O artigo expõe
como essa ideia surgiu na Grécia antiga, depois foi utilizada na Itália renascentista,
até ser rejeitada pelas repúblicas modernas. Ele mostra o resgate do sorteio nos
anos 1970, em meio aos debates sobre a crise da representação e à ascensão da
democracia deliberativa, trazendo como novidade o uso da amostra representativa,
tal como ocorre nos júris de cidadãos, nas células de planificação e nas pesquisas
deliberativas. O artigo revela a dinâmica em torno desses minipúblicos e o campo
de experimentação que se abriu a partir deles. Analisam-se as críticas que esses
mecanismos vêm recebendo, em especial o ceticismo com relação ao saber-cidadão
e o fato de eles impossibilitarem a participação espontânea da sociedade. São
apresentados exemplos recentes, como o orçamento participativo berlinense e a
emenda constitucional irlandesa, que fornecem uma base empírica não somente
para se contrapor a esses argumentos, mas para mostrar que o sorteio vem se
tornando uma alternativa viável na política.
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