O subtexto religioso em Problemas da criação de Dostoiévski: da união de toda a humanidade à polifonia / The Religious Subtext in Problems of Dostoevsky’s Creation: From the Union of All Mankind to Polyphony
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Autor(es): Ekaterina Vólkova Américo
O livro de Mikhail Bakhtin Problemas da criação de Dostoiévski, publicado em 1929 e
republicado em 1963, com alterações consideráveis, sob o título Problemas da poética de
Dostoiévski, apresenta, como uma inovação artística trazida pelo clássico russo, a
polifonia: termo emprestado da esfera musical. Ao lado do dialogismo e da
carnavalização, é um dos conceitos mais lembrados quando se trata do legado teórico de
Bakhtin. Ao transferi-lo para o campo dos estudos literários, Bakhtin lhe atribui um
sentido filosófico-estético mais amplo. A descoberta bakhtiniana acerca da obra de
Dostoiévski nasceu como resultado de um estudo abrangente da bibliografia sobre o
escritor russo, mas também teve, entre as suas origens, o pensamento filosófico russo. No
entanto, já nos anos 1920, certas referências não podiam ser feitas abertamente. O perigo
de repressões era real: a participação de Bakhtin no grupo filosófico-religioso
Voskressiénie motivou a sua prisão em 1928, justamente no momento em que o livro
Problemas da criação de Dostoiévski estava em preparação. Partimos, portanto, do
princípio de que o livro de Bakhtin possui referências explícitas, como é o caso de
Viatcheslav Ivánov, Dmitri Merejkóvski, Akim Volýnski, Vassíli Rózanov, Liev
Chestov, citados diretamente, e referências ocultas, como, por exemplo, Vladímir
Soloviov e Nikolai Berdiáev.
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