ON DIALOGUES AND EXISTENCES: A POSSIBLE CONTRIBUTION OF ANTHROPOLOGY TO AGROECOLOGY
Licencia: Creative Commons (by-nc)
Autor(es): Silva Júnior, Roberto Donato da ; Biase, Laura De ; Martellini, Francisco
O ‘‘diálogo de saberes” tem sido considerado um dos alicerces da edificação agroecológica. Para além dos seus diferentes usos – um ‘‘princípio ético’’ (LEFF, 2002), uma
‘‘atuação política’’ (CAPORAL et al., 2009) ou uma ‘‘metodologia participativa (TARDIN,
2006; GUHUR, 2010)’’ – o termo tem expressado o esforço agroecológico de promover a
interação entre conhecimentos técnico-científicos e não científicos de forma harmoniosa e
inclusiva. Para seus adeptos, aqui residiria a grande força da agroecologia: ‘‘(...) no concerto
destes saberes se joga o renascimento do ser: da natureza, da produção, do agrônomo, do
cientista, do técnico, do camponês e do indígena; a reconstrução do ser que finda sobre
novas bases o sentido da produção e abre as vias a um futuro sustentável’’ (LEFF, 2002,
p. 36). A ideia, de fato, é muito sedutora e tem sido o motor de engajamento de uma
das facetas mais visíveis do ambientalismo contemporâneo. Nossa hipótese, no entanto,
é de que a sustentação político-epistemológica do ‘‘diálogo de saberes’’ ofusca a riqueza
interacional do referido encontro, tanto no que se refere a seus ‘‘benefícios’’ e ‘‘malefícios’’,
quanto ao impedimento que produz no tratamento mais aberto dos problemas internos de
desenvolvimento da própria agroecologia. Não seria esse encontro mais denso, conflituoso
e complexo do que sugere o termo e sua operacionalização na literatura agroecológica?
Assim, o artigo propõe, em primeiro lugar, um exercício de problematização do
‘‘diálogo de saberes’’ agroecológico, a partir de algumas ponderações críticas sobre o tema
que emergem de autores e autoras identificados como atuantes no universo das questões
ambientais e da própria agroecologia. Em segundo lugar, sugere um possível olhar para
elementos antropológicos que venham contribuir para o entendimento das interações
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