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PARA COMPREENDER UMA INTUIÇÃO: CRITÉRIOS PARA DISTINGUIR ARGUMENTOS DE ADJUNTOS VERBAIS

Editorial: Alfa: Revista de Lingüistica ( Sao José do Rio Preto)
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Heronides MOURA
Rafaela MILIORINI

A distinção entre argumentos e adjuntos verbais é fundamental para alicerçar
diferentes teorias linguísticas. Entretanto, ainda que nossa intuição seja segura para analisar
os casos mais prototípicos, ela falha no julgamento de algumas relações verbais. Precisamos,
pois, de um critério seguro (e não apenas intuitivo) que seja capaz de diferenciar todos os casos
de complementação dos de adjunção verbal. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar e
discutir alguns dos principais testes que buscam diferenciar argumentos de adjuntos verbais
(JACKENDOFF, 1977; DOWTY, 1982; CAPPELEN; LEPORE, 2005; HAEGEMAN, 2006;
KENEDY, 2013; MIOTO; FIGUEIREDO SILVA; LOPES, 2013), especialmente quando
temos os papéis temáticos de benefactivo e de locativo – pois são papéis que ocorrem tanto
na posição de argumento interno quanto na de adjunto. Vamos apresentar os seguintes testes:
(i) opcionalidade do termo, (ii) subcategorização, (iii) s-seleção, (iv) acarretamento e (v)
retomada anafórica, e tentar mostrar quais são os problemas que cada um deles enfrenta.
Surpreendentemente, a distinção argumento–adjunto parece não encontrar suporte consistente
e definitivo em nenhum teste proposto pela literatura. O último deles, entretanto, a retomada
anafórica, é o único que parece capturar essa distinção, embora diagnostique como transitivos
alguns verbos classicamente considerados inergativos (como viajar e telefonar).

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