Perpetrando o bem: as conseqüências não desejadas da defesa dos direitos humanos
Licencia: Creative Commons (by-nc)
Autor(es): Bukovská, Barbora
O artigo analisa o impacto negativo de estratégias comumente usadas por organizações de direitos
humanos na promoção de suas causas, nomeadamente: relatórios de direitos humanos, advocacy e
litígio estratégico. Este artigo questiona se tais estratégias funcionam e para quem funcionam.
Questiona ainda a legitimidade de organizações internacionais na representação de vítimas de
violações de direitos humanos e a ausência de responsabilidade por parte daquelas organizações
em relação às vítimas. A autora argumenta que os meios usados por defensores de direitos
humanos podem ser prejudiciais e contra-producentes para as vítimas: seus métodos
freqüentemente falsificam a verdadeira experiência vivida pelas vítimas, suprimindo sua
independência, competência e solidariedade. Ao invés de eliminar relações de poder e de
dominação sobre aqueles que desejam ajudar, o que se faz é sustentar desníveis de poder e utilizar
violações como uma mercadoria. O artigo propõe uma cooperação mais ampla entre defensores e
vítimas por meio de modelos mais holísticos de ativismo.
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