Políticas de saúde no Chile (2000-2018): trajetória e condicionantes
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Autor(es): Oliveira, Suelen Carlos de ; Machado, Cristiani Vieira ; Hein, Alex Alarcón ; Almeida, Patty Fidelis de
Nos anos 1980, durante a ditadura militar, o Chile foi o precursor na América
Latina na realização de uma reforma radical do sistema de saúde, que expandiu a participação do setor privado no asseguramento e prestação de serviços,
influenciando reformas em outros países da região. O artigo analisa as políticas de saúde no Chile de 2000 a 2018, no contexto de quatro governos democráticos, considerando continuidades e mudanças na trajetória das políticas
e seus condicionantes. O referencial analítico baseou-se em contribuições da
abordagem do institucionalismo histórico. Realizou-se análise bibliográfica,
documental e entrevistas semiestruturadas com gestores envolvidos na política
nacional no período estudado. A análise da trajetória das políticas de saúde no Chile no período democrático mostrou continuidades e mudanças nas
agendas e estratégias adotadas por governos de diferentes orientações políticas.
Reformas incrementais realizadas ao longo do período produziram avanços
e melhorias no acesso e prestação dos serviços de saúde. Porém, propostas de
reforma que alterariam o arranjo público-privado do sistema de saúde sofreram resistências, e manteve-se a estrutura dual e segmentada conformada na
década de 1980, com forte participação privada. Condicionantes histórico-estruturais, institucionais e políticos das relações entre Estado e mercado e da
configuração do sistema de saúde instituída no período ditatorial dificultaram
mudanças abrangentes nas relações público-privadas em saúde, configurando
um exemplo de dependência de trajetória e do poder dos interesses empresariais no setor saúde.
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