Políticas de Segurança e Guerra aos Pobres: o Caso da Praça Sete Jovens
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Autor(es): Aguiar, Claudia Cristina Trigo de ORCID ; Vicentin, Maria Cristina Gonçalves
O presente artigo pretende contribuir para o debate sobre segurança pública a partir
da análise do caso da Praça Sete Jovens, situada na periferia da região Norte do município de
São Paulo. A Praça é arena de disputa de sentidos na produção do espaço público e da memória
coletiva e foi palco de uma chacina contra jovens da região em 2014. O nome da Praça é uma
homenagem a sete jovens atingidos por outra chacina ocorrida em 2007 na mesma região.
Esta pesquisa produziu uma narrativa da história das lutas pela ocupação da Praça tendo
como objeto a trama discursiva relativa à chacina e como eixo analítico a problematização dos
regimes de verdade, na perspectiva de Foucault. Para a construção desta narrativa, realizamos,
durante o ano de 2016, entrevistas com nove moradores com base na metodologia da história
oral e experimentações etnográficas na região, especialmente em torno da Praça. Tais incursões
foram registradas em diário de campo. Neste percurso, foi identificado um conjunto de medidas
de segurança para o controle da população pobre, principalmente negra, e da sua circulação,
especialmente na forma de “operações urbanas” e “projetos sociais” que articulam “segurança
e cidadania” e realizam o controle a céu aberto. Tais “operações” são objeto de discussão no
artigo que articula as disputas locais à intersecção historicamente construída no Brasil entre
periculosidade, raça e pobreza, e entre controle social e discurso do crime.
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