Por que as ocupações “femininas pagam menos? Um estudo longitudinal
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Autor(es): Daniela Verzola Vaz
Yasmin Geronimo da Silva
Nas últimas décadas, a taxa de participação feminina na força de trabalho cresceu de maneira
expressiva no Brasil, passando de 18,5% em 1970 para 48,9% em 2010. Apesar disso, a
segregação ocupacional por sexo persiste e pode ser um fator determinante para explicar a
diferença salarial em desfavor das mulheres no país. Nesse sentido, o objetivo do presente
trabalho é compreender porque as ocupações femininas pagam menos. A fim de testar a
teoria sociológica da desvalorização do trabalho feminino, avalia-se o impacto da transição
entre ocupações distintas quanto à composição por sexo no rendimento dos trabalhadores.
Para isso, são utilizados os microdados longitudinais de divulgação trimestral das edições de
2012 a 2019 da PNAD Contínua (IBGE) em um modelo de painel de efeitos fixos. A tipologia de
integração ocupacional proposta por Oliveira (2001) é adotada para classificar as ocupações em
predominantemente femininas, predominantemente masculinas ou integradas. Os resultados
mostram que o trabalhador experimenta queda no rendimento quando transita para uma
ocupação feminina, de modo que a hipótese da desvalorização é suportada. Observa-se, ainda,
que os maiores rendimentos são recebidos nas ocupações integradas, indicando que a relação
entre a composição ocupacional por sexo e os rendimentos é não linear.
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