Por uma sociologia polifônica: introduzindo vozes femininas no cânone sociológico
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Cynthia Lins Hamlin
Raquel Andrade Weiss
Simone Magalhães Brito
Controvérsias recentes em torno do cânone sociológico têm pontuado a necessidade
de se pensar o processo de apagamento e silenciamento de contribuições “nãoocidentais” e femininas à disciplina. Ao enfatizar a dimensão androcêntrica do
cânone sociológico, nosso objetivo é contribuir para a construção de uma sociologia
menos viesada e limitada a partir da inclusão de vozes femininas excluídas da
história oficial da disciplina. Inicialmente, efetuamos uma breve descrição das
condições que possibilitaram a exclusão daquelas vozes, tomando como exemplo
as sociólogas de Chicago, e a emergência de uma concepção particular de teoria e
de pesquisa associada à formação do cânone clássico. Em seguida, ao tensionarmos
o uso de termos como “fundadores”, “clássicos” e “cânone”, defendemos que
a existência de um cânone, clássico ou não, desempenha papel central para a
identidade da disciplina e da própria teoria social. Por fim, de forma a incluir de
maneira produtiva as contribuições das pioneiras da sociologia, propomos substituir
a metáfora literária do cânone por uma metáfora musical: um tipo de polifonia que
enfatiza o contraste entre diferentes vozes e, ao mesmo tempo, estabelece como
elas podem ser combinadas numa tradição comum que torna o diálogo possível.
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