PRÁTICAS DE SEGREGAÇÃO E RESISTÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE OS "ROLEZINHOS" NA CIDADE DE BELO HORIZONTE (MG)
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Autor(es): NASCIMENTO, MARCO CÉSAR RIBEIRO ; TEIXEIRA, JULIANA CRISTINA ; OLIVEIRA, JOSIANE SILVA DE ; SARAIVA, LUIZ ALEX SILVA
Objetivo: O objetivo do artigo é compreender como os discursos da mídia eletrônica apresentam reflexos e refrações das práticas de resistência dos jovens nos
espaços organizacionais dos shopping centers. Essas práticas são denominadas
atualmente “rolezinhos”.
Originalidade/lacuna/relevância/implicações: Considerando os espaços urbanos produzidos socialmente e as cidades como palcos práticos e discursivos de
dinâmicas simbólicas segregatórias, analisamos os processos de ocupação dos
shopping centers – intitulados pela mídia eletrônica de “rolezinhos” – na cidade
de Belo Horizonte, em Minas Gerais, por jovens da periferia.
Principais aspectos metodológicos: Adotamos a análise de discurso francesa
como base metodológica da pesquisa. O corpus de análise é constituído por discursos presentes em 15 portais eletrônicos de notícias sobre a cidade de Belo
Horizonte, em Minas Gerais, que produziram, durante o ano de 2013, 18 reportagens sobre a ocupação coletiva de shopping centers por jovens da periferia.
Síntese dos principais resultados: As práticas de resistência ampliam as fronteiras dos espaços organizacionais, na medida em que deslocam pontos de controle
das ações dos sujeitos e questionam a construção do shopping center como espaço
organizacional de segregação avesso a grupos sociais desfavorecidos, enfatizando o potencial de resistência e de ressignificação de grupos marginalizados nessas organizações.
Principais considerações/conclusões: Entendemos os “rolezinhos” como questionamento dos limites do espaço organizacional que produziram deslocamentos das fronteiras das organizações. Eles são efeitos de alterações de relações de
forças socioeconômicas que estavam na rua e, quando expandidas para espaços
organizacionais, provocaram tensões que continuam latentes, pois a rua continua sua dinâmica e novamente questionará essas fronteiras.
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