PSICANÁLISE E POLÍTICA: A HOSTILIDADE CONTEMPORÂNEA FRENTE AO NOVO
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Autor(es): Barboza, Edcarla Melissa de Oliveira ; Andrade, Cleyton Sidney de
O presente artigo é resultado de uma pesquisa teórica em psicanálise ainda
em andamento, que se dedica a investigar possíveis dispositivos no interior da
racionalidade contemporânea que operam de forma hostil a processos passíveis de
inscrever uma novidade radical. A história mostra que algumas insurreições e formas de
resistência popular, que pareciam demonstrar a potência de produzir uma novidade,
resultaram, no entanto, num retrocesso ou numa outra forma de alienação, com
semblante de novidade, explicitando a presença de um impasse em torno da concepção
do novo. Diante disso, esta pesquisa lança mão do conceito lacaniano de ato analítico e
da noção de acontecimento em Alain Badiou, a fim de identificar indicadores passíveis de
instituir uma novidade com potência política de transformação radical. Tanto a clínica
quanto a política evidenciam que a produção de uma novidade exige uma ruptura abrupta
e contingente, fora de qualquer ordem estabelecida pelo saber. O novo advém em
desarticulação com o campo dos saberes existentes, compreendendo, pois, uma
invenção singular, que não encontra lugar no horizonte previsível e calculável, do qual se
nutre a razão neoliberal.
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