Psicanálise, Vida Loka e Rodas de Escrita com Adolescentes Privados de Liberdade
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Autor(es): Heissler, Simone Zanotelli
Gurski, Rose
Este artigo parte de uma experiência de pesquisa-intervenção realizada com jovens que cumpriam medida de privação de liberdade em uma instituição socioeducativa. Inicialmente, ao circular pela instituição, inquietou-nos o número expressivo de frases e escritos de autoria dos jovens internos presentes nos muros e paredes do local. Ali, os meninos contavam sobre a vida loka, expressão que, conforme relatos, traduz uma vida sem limites, perigosa e com riscos. Do encontro com os escritos da vida loka, passamos a questionar: de que modo esses jovens narram suas histórias? Quais os efeitos de sujeito que podem advir da escuta dos diferentes modos de escrita dos adolescentes? Nesse contexto, construímos as Rodas de Escrita, um dispositivo que nasce do enlace entre a escuta psicanalítica e os efeitos ético-metodológicos do tema da experiência em Walter Benjamin. Nas Rodas, os adolescentes eram convidados a escrever e falar livremente sobre questões que lhes interessavam. O pesquisador que conduziu as Rodas registrava os dados conforme o dispositivo dos diários de experiência. Para análise dos relatos dos diários de experiência, bem como dos escritos dos adolescentes, utilizamos a leitura-escuta. A partir da análise do material da pesquisa, tensionamos a posição que esses jovens têm ocupado no laço social e sua aproximação com a figura do homo sacer. Também refletimos sobre a aposta na escuta e na circulação da palavra, por meio das Rodas de Escrita, como um modo de produzir efeitos de sujeito, fazendo, por exemplo, deslizar brevemente a posição de vida loka para vida loka tb ama.
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