Quando o Estado mata: desafios para medir os crimes contra a vida de autoria de policiais
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Samira Bueno
Renato Sérgio de Lima
Arthur Trindade Maranhão Costa
O artigo discute os processos e taxonomias utilizadas para classificar os episódios de
homicídios praticados por policiais no Brasil, utilizando como estudo de caso o estado
de São Paulo. Trata-se de um esforço de diálogo entre os campos da sociologia da
segurança pública e o da sociologia da quantificação aliado ao estudo empírico da
produção e uso de estatísticas criminais por parte das instituições que compõem o
sistema de justiça criminal e segurança pública do Brasil. O objetivo, aqui, é relatar
como a disputa em torno das mortes decorrentes de intervenções policiais está inserida
em uma disputa maior sobre o sentido das políticas de segurança pública, e que as
nomenclaturas adotadas consistem em táticas que buscam garantir a legitimidade do
uso da força letal pelas polícias. A criação de múltiplas categorias para mensurar o
resultado morte em decorrência da atividade policial e sua contabilização apartada
dos homicídios dolosos constituem estratégia que turva a compreensão completa do
significado dessas ocorrências e revela o quanto a opacidade ainda está presente, no
país, na forma de governar e responder às demandas por mais eficiência no controle
do crime e na manutenção da ordem pública.
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