Reflexões sobre a emoção do medo e suas implicações nas ações de Defesa Civil
Licencia: Creative Commons (by-nc)
Autor(es): Tavares, Luana Marcia Baptista ; Barbosa, Fernando Cordeiro
Abordar o universo no qual as ações de defesa civil se concentram é como invadir
um território vasto e imprevisível. Vasto porque abrange a estreita faixa da atmosfera
que compõe o nosso mundo habitável, mas que compreende toda a amplitude da nossa
ocupação territorial e existencial. Imprevisível porque nesta extensão as emoções e desafios da mesma existência coexistem, se acomodam e se conflitam. Este conflito envolve
todos os eventos que levam a possíveis calamidades, sejam nas mudanças climáticas e
oscilações na crosta terrestre, sejam nas variações presentes no ar, na água e na terra,
sem desconsiderar a contribuição do fogo nos cataclismos dos quais todos os elementos
participam. Tais eventos, quando atingem o homem, geram catástrofes capazes de dizimar
vidas e esperanças. Mas não somente eventos naturais, ainda que relacionados à influência
humana, participam desta seleção. Crises econômicas, sociais, existenciais e tecnológicas,
são igualmente responsáveis pelo aumento do risco na sociedade em que vivemos. Praticamente não há como dissociar a tensão cotidiana – seja esta física ou virtual, justamente
em função da cultura da globalização, disponível e até mesmo cultivada, pelos meios de
comunicação – da referência a um risco iminente. É como se a humanidade estivesse
mergulhada em um barril de pólvora prestes a explodir.
O sociólogo alemão Ulrich Beck (2010) abre a polêmica quando problematiza a
chamada sociedade de risco. Segundo ele, a sociedade da qual a humanidade participa
sugere “um difícil equilíbrio entre as contradições de continuidade e cesura na moder
Compartir:
Una vez que el usuario haya visto al menos un documento, este fragmento será visible.